O prefeito de Boituva (SP) Fernando Lopes da Silva (PSDB) que foi cassado voltou ao cargo depois de conseguir uma liminar na Justiça.
Ele e a vice-prefeita Maria Nasaré da Guia Azevedo (PRB) entraram pelos fundos da prefeitura e passaram as primeiras horas da manhã em reunião com secretários.
O prefeito disse que vai realizar o levantamento de documentos e decretos assinados durante os quase dois meses que esteve fora da prefeitura.
Segundo Fernando, desde o dia 20 de fevereiro, 52 funcionários entre secretários e comissionados foram exonerados, o que gerou um gasto ao município de aproximadamente R$ 550 mil.
“Vou chamar meu secretariado, financeiro e vamos ter que dividir o prejuízo do município. O dinheiro saiu do cofre público e terminamos o ano com muita gente reclamando em relação aos buracos na rua. Mas não tínhamos dinheiro. Nossa programação era que em janeiro entrasse o valor dos impostos para começar a trabalhar, mas a câmara não aprovou o orçamento. Em fevereiro começou a movimentação, ficamos fora, então perdemos quatro meses”, diz.
Na prefeitura quando Fernando tentou retomar o cargo. Segundo a assessoria dele, foi necessário acionar a Guarda Civil Municipal para abrir a porta do gabinete depois que a então prefeita Maria Nasaré trancou a sala.
De acordo com a assessoria de Maria Nasaré, ela não havia sido notificada oficialmente da decisão do Tribunal de Justiça e, por isso, continuaria trabalhando no gabinete.
Já a assessoria do prefeito disse que não havia necessidade de notificação já que a decisão da liminar foi publicada no Diário Oficial do Estado.
A Câmara de Boituva disse que foi notificada da decisão e que a liminar anula os efeitos do decreto que havia cassado o mandato do prefeito, mas que vai recorrer para suspender a decisão.
Entenda o caso
O político é suspeito de cometer irregularidades na contratação da empresa que faz o serviço de limpeza na cidade.
Uma Comissão Processante investigou o caso e o relatório final foi lido e votado em uma sessão dividida em dois dias.
Os vereadores votaram as cinco infrações político-administrativas apontadas no relatório e que poderiam resultar na cassação do prefeito por improbidade administrativa.
Votaram a favor da cassação os vereadores Francisco Martins (Podemos), Hernando Mauro de Aquino (PV), Joelmir Pereira, (PPS), Nelson Maciel de Góes (DEM), Pedro Teodoro Filho (PROS), Tiago Castro (PV), Val Marcusso (PRP), Rodrigo Calzzetta (PC do B) e Ércio Pinto (PP).
Foram contra a cassação os vereadores Adilson Aparecido Leite (PTB), Cida do Orley (REDE), Haroldo Barbosa (PSDB) e Sidnei Bom (PSD).
Logo após a decisão, a então vice-prefeita Maria Nasaré da Guia Azevedo foi informada e convocada para um ato de compromisso e posse em uma sessão extraordinária.
Maria Nasaré assinou os documentos de posse, agradeceu, se emocionou, pediu apoio dos vereadores na gestão, disse que vai governar de maneira transparente e com a ajuda da população.