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O Capitão Joaquim Ribeiro da Silva foi fazendeiro, pecuarista, industrial, agricultor, comerciante e bem feitor.
Nasceu no bairro do Caguaçú, município da Tatuí, em 17 de maio de 1850 e faleceu em 3 de janeiro de 1928, em Cesário Lange onde está enterrado no cemitério local. Seus pais foram Vicente da Silva Ribeiro e Dona Maria Fonseca Ribeiro. Casou-se em 29 de dezembro de 1874 com Maria Ribeiro Blanco, vindo desta união uma profícua prole de seis filhos sendo Joaquim Ribeiro Filho casado com Nativa de Moraes, pais de Benedito de Moraes, Maria Ribeiro de Moura, Ana Ribeiro Fonseca, Gertrudes Ribeiro, Carolina Ribeiro Adriano, Pedrilha Ribeiro Adriano e Adelaide Ribeiro. Também foi sua filha Gertrudes Ribeiro casada com Joaquim Miranda, conhecido como Juca Miranda, pais de Francisco Miranda, José Miranda Filho, Ana Miranda, Joaquim Diaz Miranda, Vitoria Miranda, Maria Diaz de Miranda, Lazaro Dias de Miranda, Manuel Dias de Miranda e Deraldo Dias de Miranda. Também foi seu filho João Ribeiro, casado com Cândida de Moura, pais de Joaquim Ribeiro, conhecido como Joaquim boiadeiro, Pedro Ribeiro, João Ribeiro, Vicente Ribeiro, José Ribeiro, Francisco Ribeiro, Adelina Ribeiro, Aparecida Ribeiro, Rosa Ribeiro, Tereza Ribeiro e Maria Ribeiro. Também tiveram o filho de nome José Ribeiro casado com Maria Eugênia, pais de Cesário Ribeiro, Benedito Ribeiro, Antônio Ribeiro e Joaquim Ribeiro, conhecido como Joaquim de Olinda.Tiveram também uma filha chamada Ana Ribeiro, casada com Marcolino Jeca de Camargo, pais de Benedito José de Camargo, João Francisco de Camargo, Joaquim de Camargo, Francisco de Camargo, conhecido como Chico Jeca e Ana Maria de Camargo.
Escolheu a vila de Passa Três para fixar residência, criar e educar seus filhos e desenvolver-se nos negócios. Havia comprado na época uma sesmaria de terras, onde trabalhou a pecuária, a agricultura, tendo comprado em Minas Gerais um engenho da cana, que após sua morte foi vendido para a família Miranda, hoje exposto ao lado da Câmara Municipal, com o qual fabricava açúcar mascavo, açúcar redondinho e aguardente de boa qualidade. Ele próprio comandava os tropeiros que iam até Santos embarcar a produção nos navios, para exportação, passando pela pousada de tropeiros chamada Rei Huno, nos arredores da cidade de São Paulo. Foi um homem além de seu tempo, pelos empreendimentos, seriedade, hombridade, dignidade e religiosidade. Foi católico fervoroso, deu abrigo a todos os padres e bispos que por aqui passaram, inclusive abrigou por muito tempo o primeiro pároco local, aqui designado pelo bispo de Botucatu, padre Pedro Gravina e sua família de quatro pessoas. Foi o grande incentivador da construção da primeira igreja matriz, inclusive doando tijolos e toda a madeira necessária, tiradas á machado de sua fazenda. Posteriormente junto com o Coronel Domiciano Rodrigues Paulino construíram a torre da igrejinha, sendo que, novamente ele forneceu o material e o Coronel Domiciano doou o sino que até hoje badala firme na igreja matriz, sendo a única peça remanescente da antiga igrejinha. Construiu o prédio e cedeu para funcionar a primeira escola da Vila de Passa Três, que se chamou Escola Reunidas. Construiu um prédio, na Rua José Vieira de Miranda, nº 710 que cedeu para ali funcionar o primeiro posto policial da Vila. Uma curiosidade – a grade da cela era feita de madeira. Foi homem de bondade extrema, construiu um anexo ao casarão da fazenda, que funcionava como albergue para os andarilhos que por ali passavam, dando alimentação e abrigo a todos. Dizia que era melhor ter para dar do que precisar pedir. Foi marido, pai, irmão e amigo exemplar. Em sua fazenda reuniam-se políticos, prefeitos, juízes, cartorários, militares, fazendeiros, comerciantes, e todos que tinham algum poder nas mãos pra decidir os destinos da região, principalmente Tatuí, cidade sede e a Vila de Passa Três. Exerceu “AD DOC” o papel de contador e escriturário dos fazendeiros locais que através da sua escrituração pagavam os seus impostos ao governo, conforme constam registro da época. Foi o primeiro político local na época militante pelo PRP, tendo sido nomeado subprefeito em 1923, cargo que manteve honrosamente até sua morte em 1928. Tinha habilidade para mediar situações, em sua casa reuniu-se o Senador Capitão Laurindo Minhoto, da situação do governo da época e o Político de oposição, o industrial Thomas Guedes. Teve idéias libertárias pois numa época anterior a libertação dos escravos, seus colaboradores eram remunerados, e como bom católico, foi a favor da libertação dos escravos. O primeiro centro telefônico da Vila de Passa Três foi trazido por ele e instalado gratuitamente, inclusive na zona rural, ligando as sedes das fazendas e pontos comerciais, que passou a se comunicar com o Brasil todo. Construiu dezenas de casas no Largo da igreja, atual Praça Pe. Adolfo Testa e na Rua do Meio, hoje Rua do Comércio, subsistindo ainda uma delas, na esquina onde está a loja do Hélio, que foi propriedade de Benedito Camargo Barros, comprada de José Antunes, pai de Aurélio Antunes, que comprou o imóvel de seu construtor Capitão Joaquim Ribeiro. Quando lhe perguntavam se ele andava armado, retirava do bolso um rosário e dizia que ele tinha a arma da proteção de Deus. Fez premonição do dia de sua morte, o que viria a se confirmar quando chamou o seu filho Joaquim Ribeiro da Silva Filho para passar instruções e veio a morrer no dia em que dizia que iria para com Deus.
O jornal “O Progresso de Tatuhí”, na edição do dia 24 de janeiro de 1926, fez uma homenagem a Vila de Cesário Lange, através da pessoa do Coronel Joaquim Ribeiro da Silva. Diz o jornal: Todas as pessoas proeminentes na criação da Vila de Passa Três, já são falecidas, exceto o vulto patriarcal do capitão Joaquim Ribeiro, sendo ainda um ancião forte e respeitado, e que não se fadiga de levar adiante a sua querida vila, pela qual dá o melhor dos seus esforços. Caráter da antiga têmpera dos paulistas tradicionais, sociável e carinhoso, congrega ao redor do seu prestígio o que Cesário Lange tem de mais seleto e representativo, pois não tem desafetos e a todos acolhe e conforta, com os seus pareceres cheios de cordura e com a influência de que dispõe, perante amigos que o veneram e admiram. Sobrevive aos seus companheiros de jornada com aquela têmpera rígida dos homens sóbrios e honestos, e apesar te seus 76 anos, oferece aspecto de um batalhador alegre e satisfeito das vitórias que tem alcançado, distribuindo o bem e servindo de guia pelo exemplo e pela moderação, aqueles que queiram apartar o caminho do dever e da virtude. Chefe político, jamais ouviu-se dos seus lábios palavras de contrariedade, e quando as ouvem de outrem, procura reanimá-lo e confortá-lo com a paciência do justo. Naquele coração cheio de bondade não se aninha ressentimento, pois recebe com esperança de justiça qualquer objeção que um descontente levante sobre o seu parecer, sempre correto e inatacável. O seu todo impõe respeito e veneração, e suas barbas brancas, são daquelas cujos fios valem por uma escritura pública. E, na pessoa desse homem, que se destacou de seus conterrâneos, sobrevivendo e resistindo aos embates da vida, serve de guia e exemplo ás gerações atuais, que congregamos nossas homenagens á florescente Vila de Cesário Lange e seus laboriosos colaboradores.
A árvore genealógica deste homem estende seus ramos por numerosos lares desta cidade, onde a genética do sangue generoso corre nas veias de incontáveis Cesáriolangenses, perpetuando seus feitos pela cidade que escolheu como sua, de coração.

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