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Leciono no MBA sobre CIDADES INTELIGENTES, da Faculdade de Engenharia de Sorocaba – UNIFACENS. O módulo que dou é o de encerramento do curso e o tema é Tópicos Especiais em Cidades Humanas, Inteligentes e Sustentáveis.
Discutimos com os alunos a realidade de que de nada adianta uma cidade ser tecnológica e digital, se autoproclamar uma “cidade inteligente” se o básico que a população necessita não estiver sendo atendido com qualidade.
Uma “cidade inteligente” que não forneça água de qualidade a seus habitantes, que não trate os esgotos domésticos e efluentes industriais, que não faça coleta seletivo de resíduos e dê a esse lixo um destino apropriado, convertendo em energia, adubos etc., onde os cidadãos não tenham segurança para sair de casa, onde os abrigos de ônibus são minúsculos e o usuário toma chuva ao esperar o transporte etc., não pode ser chamada de “inteligente” só porque o cidadão tem acesso digital, reconhecimento facial e outras parafernálias tecnológicas.
Sem o básico atendido, o resto se torna mera perfumaria, na visão do cidadão contribuinte.
Uma cidade suja, feia, com equipamentos urbanos deteriorados, praças e jardins malcuidados, córregos fedorentos etc. pode ser tudo, menos “inteligente”.
Relembro aqui o conceito de qualidade de Claus Möller: “qualidade é aquilo que o cliente sente” e, portanto, que o cidadão sente.
Uma “cidade inteligente” deve servir o cidadão e não ser plataforma de marketing político aos governantes.
A mesma realidade vale para as empresas.
De nada adianta uma empresa ter programas sofisticados da mais alta tecnologia, se o básico não estiver sendo feito com qualidade.
Outro dia fui num hotel pertencente a uma famosa rede internacional que faz uma grande publicidade de ser o hotel do futuro, com toda a tecnologia disponível aos hóspedes, etc. mas não tinha papel higiênico nos banheiros. Os banheiros estavam sujos. A roupa da cama tinha sinais de ter sido reutilizada. Não tinha manteiga no café da manhã…
Tudo perfeito, menos o básico, o essencial, aquilo que o cliente valoriza e paga. Como dizem os ingleses, é preciso fazer um programa de “BACK DE BASICS” – ou seja VOLTAR AO BÁSICO.
Lembre-se que toda a tecnologia deve existir para servir as pessoas e sem que o básico seja feito e com qualidade, não adiante ir além.

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