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Pois é! A pandemia chegou e com ela o mundo virou um verdadeiro pandemônio.
Usamos hoje a palavra pandemônio como sinônimo de grande confusão ou balbúrdia, mas a expressão foi criada apenas no século XVII por um poeta inglês. John Milton pretendia descrever o lugar onde todos os demônios se encontravam, sob comando de Satanás.
E parece ter sido exatamente esse pandemônio que a pandemia criou em todo o mundo.
Tirando as acusações a tudo e a todos; as histerias individuais e coletivas; a busca de culpados por fazer e não fazer, agir e não agir, o que nos resta, a nós, pobres mortais, gente comum, é a dura consciência de nossa fragilidade, de nossa impotência, de nossa limitação.
Governantes poderosos, em todo o mundo e em todos os níveis, entram em desvario, fechando tudo, proibindo tudo, isolando tudo, numa demonstração de força e poder.
Decisões abruptas são tomadas e que, por serem, totalmente emocionais ou com fins puramente eleitoreiros têm que ser canceladas quando a razão assume o comando e as consequências mostram que o remédio pode matar mais do que a própria doença.
Sem o funcionamento regular de estradas, aeroportos, transporte coletivo, o vírus não se dissemina, mas também não chegam os alimentos, os profissionais de saúde, os medicamentos, os cuidadores dos mais velhos. Demissões em massa são inevitáveis. O dinheiro não gira e um outro tipo de caos se instala. De novo o pandemônio.
As autoridades do mundo todo estão frente a duras escolhas, é verdade. O desconhecido é bruto e veloz e com ele não há diálogo possível, como gostam os políticos.
A ciência é confrontada mais uma vez e clama por verbas desviadas no passado para outros fins menos nobres, até corrupção. Precisamos de uma vacina! Remédios! Todos pedem agilidade à ciência, aos laboratórios.
A verdade é que agora queremos que um milagre nos salve desta pandemia que mata mais velhos do que jovens. Mata os já descartados, os que a sociedade considera quase inúteis e um peso para o Estado e seus sistemas previdenciários.
Quem está certo e quem está errado? O que acontecerá depois que a pandemia passar? Quais lições aprenderemos? Será que alguma coisa vai realmente mudar?
Parece mentira que neste século 21, das cidades inteligentes; do reconhecimento facial; da internet das coisas; da Inteligência artificial; da mais alta e sofisticada tecnologia; o pedido das autoridades é para que tenhamos mais higiene, tomemos banho, limpemos nossas roupas, tussamos cobrindo a boca e lavemos nossas mãos.
Que pandemônio!
Pense nisso. Sucesso!

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