Esta é uma afirmação com mais de 150 anos, do escritor alemão Theodor Fontane, pertencente ao seu livro: Viagens Modernas. Apesar de antiga, é uma verdade muito atual. Só em 2018, mais de 1 bilhão e 500 milhões de pessoas deixaram seus países para passarem de férias no estrangeiro. Mais do que todos os habitantes da China, que são 1,396 bilhões! Sem contar aquelas pessoas que viajaram dentro de seus próprios países. É muita gente, concordam? Mas a tendência é crescer ainda mais. Não há limites para o crescimento desta indústria. Talvez, o turismo moderno ocidental tenha nascido no século 18, a partir da teoria do filósofo alemão, Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832), que dizia: “uma pessoa inteligente recebe a melhor educação ao viajar”. Sua repercussão foi tão grande que nobres de toda a Europa passaram a visitar pontos culturais, como o rio Reno, por exemplo, e a relatar em seus roteiros de viagens as suas opiniões e críticas, fossem elas negativas ou positivas, de maneira que todos soubessem que haviam realmente estado naqueles lugares. Pacotes de viagens surgiram, guias de turismo, novos hotéis e melhores estradas, para atenderem aos exigentes consumidores da época. Pouco a pouco, com o passar dos anos, viajar deixou de ser uma possibilidade apenas para os mais ricos e passou a ser uma realidade possível para muitos. Porém, no Brasil, até bem pouco tempo, era considerada uma marca de posição social para as classes médias, sair de férias uma vez por ano. Hoje em dia, raros são os brasileiros que não viajaram a turismo. Existem pacotes turísticos para quase todos os bolsos, por assim dizer. No mundo todo, faz-se turismo para descansar, por motivos culturais, pedagógicos, esportivos, religiosos, a negócios ou simplesmente por puro ócio. A maioria das pessoas já viajou pelo menos uma vez, para lugares distantes de onde reside, alguns já exploraram os arredores de suas cidades e poucos talvez tenham refletido sobre o poder econômico e transformador que existe por detrás da palavra: turismo. Passearam pelo campo e banharam-se em lindas praias ou rios, hospedaram-se em hotéis, acamparam, visitaram parentes distantes, fizeram trilhas, escalaram montanhas. Mesmo sem perceber, contribuíram para a divulgação e fortalecimento da economia dos locais visitados, trazendo em suas bagagens lembranças e muitas fotos nos celulares, postando imagens nas redes sociais, presenteando os parentes e amigos. Desfrutaram de suas viagens, curtas ou longas, e de alguma maneira participaram do crescimento econômico e da transformação social resultante dele naqueles locais. Quando em nossas viagens, compramos o artesanato ou algum produto regional, como os doces, o cuscuz, a cachaça, por exemplo, estamos fortalecendo a economia turística, gerando renda e empregos, mudando para melhor, a vida de muitos. Atualmente, esta é uma das principais indústrias mundiais, sendo uma das poucas atividades econômicas capazes de acelerar o desenvolvimento de qualquer lugar, até mesmo daqueles que, por diversos motivos, tiveram o seu crescimento econômico estacionado ou negativo, sem que ocorra a destruição do meio ambiente onde se instalam. Muito pelo contrário. Praticamente tudo, com raras exceções, pode ser de interesse para o turismo e para o consumo gerado a partir dele. Onde esta indústria se instala, empregos são gerados, a economia cresce; os laços culturais são fortalecidos e as tradições folclóricas, resgatadas; o êxodo rural é diminuído ou eliminado; a Natureza é preservada. A autoestima da população local renasce. O consumo dos produtos locais aumenta consideravelmente, o mesmo acontecendo com o comércio, a alimentação, o transporte, as variadas opções de hospedagens e os serviços associados a estas atividades, tais como: o aluguel de equipamentos de lazer, (bicicletas, por exemplo). Existem quase tantos tipos de turismo como de interesses humanos. Podemos mencionar: o turismo cultural (pessoas que se deslocam para conhecer marcos artísticos ou históricos), turismo de consumo (excursões organizadas com o objetivo principal de adquirir produtos), turismo de formação (relacionado com os estudos), turismo gastronômico (para desfrutar da comida tradicional de um determinado local), turismo ecológico (baseado no contato não invasivo com a natureza), turismo de aventura (para praticar desportes de risco/de aventura de caráter recreativo), turismo religioso (relacionado com acontecimentos de caráter religioso) e inclusive o turismo espacial (negócio recente que organiza viagens para o espaço). Não há dúvidas de que temos potencial para crescermos neste setor. Nossa região é linda! Nossa comida regional deliciosa, nossa gente acolhedora. É necessário vestirmos a camisa em prol do nosso turismo seja ele qual for. Para tanto, precisamos estar preparados e aparelhados. Propomos que olhemos a nossa cidade e nosso campo com olhos de viajantes e que desfrutemos. Porque passear por aqui é muito bom! #vempracesariolangevocetambem. (reginapaivaserrano@gmail.com)