Fiéis Paroquianos lembraram e comemoraram a data
A Paróquia Santa Cruz, ícone da história de Cesário Lange, completou no sábado (20) 107 anos de fundação. A data foi memorada pelos fiéis paroquianos, mas sem missa, pela primeira vez na história.
Do primeiro ao atual, a Paróquia teve ao todo 36 párocos e sua história começa em 24 de outubro de 1908, quando por decreto do Presidente do Estado de São Paulo, Dr. Manoel Joaquim Albuquerque Lins, criou-se um Distrito de Paz na, até então, Capela do Passa Três com o nome do Distrito de Cesário Lange.
Os primeiros juízes de paz foram respectivamente: Joaquim Ribeiro da Silva (1850-1928), José Rodrigues Fernandes e Manoel Pereira de Almeida, empossados pelo Dr. Antônio do Amaral Vieira e Joaquim Assunção Ribeiro no dia 20 de janeiro de 1909.
Neste mesmo ano, acontecia um fato importante para a região. O Santo Padre Pio X (1903-1914) criava uma nova diocese com sede em Botucatu em 07 de junho de 1908, desmembrando-a da diocese de São Paulo. O Papa nomeou como bispo da nova diocese Dom Lúcio Antunes de Souza (1863-1923).
De repente, a sede da diocese de muito longe (São Paulo) ficou próxima (Botucatu). Realmente, em 18 de agosto de 1909, Dom Lúcio faz sua primeira visita pastoral a Tatuí. Alguns moradores do distrito de Cesário Lange, talvez com interesse de se distanciarem da influência do município de Tatuí, passaram a trabalhar junto ao novo bispo para que se criasse uma paróquia com vigário próprio em Cesário Lange. Empenharam-se nisso: Aristides Vasconcellos Leite e Aureliano da Nóbrega Vasconcellos junto a Mons. Paschoal Ferrari (vigário geral da diocese) em Botucatu para conseguir tal feito. Então, no dia 20 de fevereiro de 1914, o bispo Dom Lúcio Antunes de Souza criou uma nova Paróquia.
No dia 05 de abril de 1914, às 10h00 da manhã (Domingo de Ramos), diante de “uma grande multidão”, depois de lida a provisão episcopal, Padre Gravina fez uma ligeira locução, saudando os seus paroquianos e celebrou a sua primeira missa paroquial. padre Gravina, com 57 anos de idade quando chegou aqui, quase de imediato, pôs-se a organizar a vida religiosa da paróquia. No dia 1. ° de maio de 1914, ele abençoou a imagem da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, uma doação de Domiciano Rodrigues Paulino.
Em 1949, finalmente, foi criada uma comissão por Dom José Carlos de Aguirre, tendo como presidente Mário Chagas (1893-1954) para levantar fundos para aumentar a igreja matriz.
A partir de 24 de dezembro de 1951, Padre Antônio Dragone se torna pároco de Cesário Lange. Mas a marca mais importante foi sua atividade em mudar a face da paróquia. Em 14 de março de 1952 tendo em caixa a importância de Cr$ 100.400,00 resolveu começar as obras.
Então, o prefeito de Tatuí, Alberto Santos, doou 4 metros da rua para a ampliação da igreja e entre os dias 13 a 16 de maio de 1952, Dom José Carlos de Aguirre realizou a sua 8.ª visita pastoral à paróquia de Santa Cruz e na tarde do dia 15 de maio abençoou a pedra fundamental da nova igreja. Na manhã seguinte, foi lançada a pedra fundamental na presença do bispo, do pároco, do Padre Murari (pároco de Tatuí), do prefeito de Tatuí, do sub-prefeito, do engenheiro e demais pessoas e pelo pedreiro José Benedito Molitor (Zuza).
No entanto, uma dificuldade inesperada surgiu. A Câmara Municipal de Tatuí vetou a doação feita pelo prefeito Alberto Santos. Quase dois anos de negociações se seguiram até que em 11 de maio de 1955, finalmente, a escritura da doação foi lavrada na presença do mesmo prefeito e do Padre Antônio Dragone.
Tendo conseguido a regularização do terreno, começaram os trabalhos. De início se pensava em aproveitar a nave antiga da igreja alargando as laterais e aumentando em sua profundidade e na altura de seu teto. Mas verificou-se, logo, que tal aproveitamento fora totalmente inadequado. Praticamente a igreja teve que ser demolida para a construção da nova. Padre Antônio anotava em 1956, que os trabalhos não visavam tanto a arte, mas a utilidade do espaço. Pode-se dizer que, por motivo de economia, a nova igreja foi construída sobre os escombros da antiga, pois tudo foi reaproveitado.
Colaboração: Fernando de Almeida
