Nestes dias em que por imposição de um vírus, fomos convidados a ser solidários, nos recolhendo em nossas casas, para que assim conseguíssemos deter o avanço feroz desta gripe tão contagiosa, não podemos nos deixar abater pelo medo e nem pela desesperança. Em nossas vidas atarefadas e corridas, pouco tempo temos dedicado à nossa família, aos nossos filhos, companheiros, pais, irmãos… Enfim, temos tempo de sobra! Tempo precioso, para cuidarmos de nossas relações e renovarmos os nossos laços afetivos. Para curarmos nossas mágoas e rancores. A convivência, em reclusão, nos aproxima as vezes até demais… Mas não seria melhor voltarmos a nos apaixonar? Pela vida, por nós mesmos, por nossa família, por nossas escolhas. Sem culpa, remorsos ou arrependimentos, sem julgamento. Com muito respeito? Conheço gente que resolveu voltar a bordar, outros que irão dedicar seu tempo as artes, ao artesanato. Alguns poderão até reconhecer que brincar com os filhos, é muito divertido. Porque, afinal de contas, despertar o nosso lado infantil não nos transforma em falsos adultos. Apenas seres humanos mais amorosos. Também poderemos terminar aquela série postergada, aquele livro, ou, se tivermos talento, escrever lindas poesias como as que recebi desta amiga leitora. Pedi para que pudesse compartilhar com vocês, porque assim como eu, muitos poderão se identificar com estas palavras.
Reflexão
O que houve com São Paulo?
Antes tão linda e tão bela …
Hoje só vejo uma rua
Olhando da minha janela.
Se existe algum encanto
Decorando nossa cidade
Fui proibida de ver
Pra preservar a imunidade.
Enquanto estamos reclusos
Sem liberdade sem nada
A natureza se expande
E se renova fascinada.
Nos impuseram esse tempo
Que é um tempo sagrado
Pra refletirmos nossas vidas
E refazermos o traçado.
O planeta parou …
E com ele todo mundo
É incrível esse poder
Tão divino e tão profundo.
Em tempos de insegurança
Que eu possa garantir
Que não morra a esperança
Pra que possamos resistir.
Ana Lúcia Paiva Baeta