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É possível fazermos turismo sem sair de nossa cidade. Você já pensou nisso? Chama-se “Staycation”. Stay (ficar) + vacation (férias). Estranhamos quando alguém de fora conhece mais a nossa própria cidade do que nós mesmos. Mas é normal, porque, distraídos em nossas rotinas diárias, muitas vezes nos acostumamos com tudo e tendemos a banalizar o que temos, onde estamos. Aquele rio tão conhecido, ou aquela paisagem dominada pelo ipê em flor, até mesmo os doces caseiros daquela vizinha querida, são tão comuns que parecem não ter graça nenhuma. Principalmente, parecem não ter graça alguma para alguém. Quem viria de outro lugar só para ver este rio, este ipê florido ou para comer estas iguarias tão comuns e corriqueiras? Nestas horas, para relaxar e fugir da rotina, a primeira ideia que nos vem à cabeça é simples: viajar. Talvez para conhecermos outros rios… outras flores… outros sabores…que outro alguém acredite ser corriqueiro. Mas, às vezes, a grana está curta, ou o trajeto é longo demais para apenas um final de semana ou não conseguimos ficar muito tempo longe do animal de estimação. Nesta hora, uma opção pode ser o turismo, sem a tal viagem, ficando na própria cidade. Visitando os mesmos lugares e os explorando através de um novo olhar. Aproveitar e se hospedar naquele hotel conhecido, visitar aquele parque, passar uns dias naquela chácara… Quem sabe entrando para aquele grupo de ciclistas ou de caminhantes, que fazem trilhas e descobrem tantos lugares novos e diferentes! Mas, neste caso, seremos viajantes ou turistas? Bom, por definição, o turista, viaja para conhecer principalmente os pontos culturais, não volta sem fotografar aqueles pontos conhecidos por todos, porque são a sua prioridade. Não gosta de se aventurar por locais desconhecidos e inexplorados. Segue as recomendações de um Guia de Viagem e volta cheio de compras e de lembrancinhas. Suas viagens são curtas e rápidas, não vendo a hora de voltar para casa. Viaja até Foz do Iguaçu só para conhecer as cataratas e para fazer compras no Paraguai, por exemplo. Quando há tanto mais a ser explorado por lá… O viajante, no entanto, mergulha na cultura local, tenta explorar regiões onde o turismo não necessariamente impulsiona a economia, interagindo com os habitantes locais. Visita os pontos culturais, claro. Mas não são o seu principal motivador para aquela viagem. Gosta de descobrir, é um curioso. Suas fotos são principalmente dos pontos de seu interesse. Seus maiores objetivos com a viagem são aprender e experimentar coisas novas, de mente aberta. Sem dúvida, podemos notar diferenças marcantes entre turistas e viajantes. E talvez, você acredite que o que os separe seja uma questão de dinheiro, mas saiba que muitos dos grandes viajantes, podem ser indivíduos muito ricos e que os grandes turistas, podem ser pessoas que poupam muito para viajar confortavelmente e desfrutar de umas férias relaxantes. Por isso, depende do olho do observador e do que se está esperando conseguir com a sua viagem. A decisão de viajar de uma forma ou de outra dependerá de você, eu, se me permitem, não me preocuparia com os rótulos. Apenas, se me derem licença, recomendo que viajem. Seja por aqui ou pelo mundo, e que desfrutem da experiência de ambas as extremidades, sem que se esqueçam de abrir suas mentes para explorar e aprender a partir da interação com os moradores dos lugares que visitarem, respeitando sua cultura, tradições e costumes. Porque esta maneira sempre acaba proporcionando surpresas agradáveis e inesquecíveis, que mudam a maneira como vemos o mundo, a nossa maneira de olharmos para ele a partir de outro ponto de vista, não comercial, mas mais humano. (reginapaivaserrano@gmail.com)

 

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