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O homem que tentou matar a ex-mulher com golpes de facão dentro de um ônibus escolar, em Boituva em agosto de 2018, foi condenado a mais de 32 anos de prisão em regime fechado.
O júri popular foi na sexta-feira (1º). Edivan Francisco da Silva foi condenado a 32 anos e oito meses de reclusão e seis meses de detenção por tentativa de homicídio com emprego de motivo fútil, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, feminicídio, violência doméstica.
A defesa do réu, que está preso, informou para a TV TEM que entrou com recurso no Tribunal de Justiça de São Paulo.
Crime: O caso ocorreu na manhã do dia 30 de agosto de 2018, quando Edivan invadiu o ônibus e atacou a ex com diversos golpes. O motorista do veículo, Zuinglio Pinheiro de Melo, tentou proteger a vítima e também foi ferido.
A mulher foi socorrida com os dedos das duas mãos decepados e cortes profundos na cabeça, braços e joelhos. Devido aos ferimentos, ela precisou amputar uma das mãos.
No dia 14 de setembro a vítima deixou o hospital após ficar mais de 15 dias internada.
Ainda segundo a juíza, foi constatada a tentativa de feminicídio contra a mulher e tentativa de homicídio contra o motorista do ônibus com lesões gravíssimas.
O suspeito está no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, em São Paulo. Em setembro de 2018, o Ministério Público informou que denunciou o caso à Justiça.
Fingiu de morta
A mulher de 37 anos que foi atacada afirmou, em entrevista à TV TEM, que se fingiu de morta para que o homem parasse de golpeá-la.
“Tínhamos deixado crianças no ponto e ele entrou desferindo golpes, dizendo que eu tinha traído ele e que ele ia me matar. Daí eu tentei me esconder embaixo do banco, mas não tinha como. O motorista tentou me ajudar. O jeito foi me fazer de morta. Na hora que eu me fiz de morta ele parou. Acho que ele pensou que tinha conseguido fazer o que ele queria”, disse.
A vítima relatou que um dia antes da tentativa de homicídio o ex-marido tinha mandado um recado para o motorista informando que ia matá-la.
“Ele era usuário de drogas então era bastante agressivo, mas não achei que ele seria capaz de chegar nesse ponto. A gente não acredita que pode acontecer, mas acontece. Hoje mesmo sou testemunha viva disso.”
Prisão: Após atacar a ex-mulher e o motorista, o homem desceu do ônibus e abordou um carro que passava pelo local, obrigando o motorista a levá-lo embora.
Eles seguiram até a Rodovia Vicente Palma, que é uma das rotas para sair de Boituva. A intenção era fugir da cidade, mas uma equipe policial encontrou Edivan com o motorista. Como o suspeito estava com as armas do crime e sujo de sangue, ele foi preso.
Não se arrepende: Segundo o delegado, Edvan afirmou, durante depoimento na delegacia, que não se arrependeu do crime.
“Ele disse que não se arrependeu de ter feito isso com a ex-mulher e alegou ter sido traído, confessou o crime. Só disse que se arrependeu em relação ao motorista que não tinha nada a ver com isso”, contou o delegado.
Ainda de acordo com o delegado, já existia uma medida protetiva a favor da monitora por ameaça desde fevereiro deste ano, e Edivan tinha passagens por roubo e embriaguez ao volante.

 

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